A “GRANDE ÍNDIA”, A ASCENSÃO DO ULTRA NACIONALISMO.
Impulsionada principalmente pela expansão do seu setor de serviços, a Índia demonstrou um crescimento econômico robusto. O rápido desenvolvimento da tecnologia da informação e da terceirização de processos de negócios impulsionou essas indústrias a se tornarem alguns dos setores de crescimento mais rápido no país.
Este crescimento é apoiado pelas excelentes qualificações de um seleto grupo de indivíduos privilegiados e pelo uso generalizado do inglês, uma língua crucial para os negócios globais e para a globalização, na Índia.
Apesar deste crescimento impressionante, a Índia enfrentou um abrandamento económico devido a um declínio na produção, nas exportações industriais e no investimento. A economia indiana foi impactada por tensões geopolíticas, que prejudicaram o comércio internacional, bem como pela diminuição dos preços das matérias-primas. No entanto, as perspectivas a longo prazo para a economia
da Índia continuam positivas devido à sua população jovem e altamente produtiva, bem como às suas taxas de investimento.
O atual Partido Bharatiya Janata (BJP) da Índia adotou uma estratégia de vingança contra os seus inimigos, especialmente os muçulmanos indianos e o movimento esquerdista indiano.
Figuras proeminentes da esquerda indiana foram rotuladas de “naxalitas urbanos” nos últimos anos, com detenções ao abrigo de leis repressivas, como a Lei de Prevenção de Atividades Ilícitas. Em vez disso, foi recentemente aprovada uma lei de cidadania que visa os muçulmanos indianos e retira-lhes o seu estatuto legal.
A aprovação da lei contra a discriminação provocou protestos em massa de ativistas muçulmanos e estudantis, e o governo de Narendra Modi utilizou um recolher obrigatório para combater a pandemia como pretexto para reprimir os protestos, com as autoridades a prender alguns organizadores. Acusou-o de incitar tumultos em Delhi em fevereiro. Onde está a esquerda indiana quando isso acontece?, a esquerda indiana atravessa talvez o pior momento de crise da sua história. O Congresso de Esquerda, representado pelo Partido Comunista da Índia e pelo Partido Comunista da Índia (Marxista), não teve oportunidade para a luta anticapitalista e perdeu a sua base eleitoral.
O grupo maoísta está encurralado nas selvas da Índia central, isolado pelo sectarismo político. Uma situação notável no país é a ascensão do ultranacionalismo, especialmente com a ascensão do primeiro-ministro Narendra Modi. O partido é um líder-chave de um setor da sociedade que supervaloriza a cultura hindu e massacra as minorias do país, incluindo os cristãos, e muçulmanos.
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O atual governo indiano se opõe fortemente aos refugiados Rohingya e aos imigrantes de Bangladesh, chamando-os de “cupins”. E como se isso não bastasse, a Índia tem laços estreitos com Myanmar, que cometeu limpeza étnica.
À medida que o nacionalismo hindu continua avançando em toda a Índia, cresce um culto à personalidade em torno de Nathuram Godse, o extremista hindu que assassinou Gandhi meses depois de a Índia ter conquistado a independência da Grã-Bretanha em 1948. Isto mostra o quanto o país mudou nos cinco anos e meio desde que o primeiro-ministro Modi chegou ao poder. Um grupo de líderes do partido governante Bharatiya Janata elogiou abertamente os assassinos de Gandhi, dizendo que o líder da independência trouxe “tortura, ruína e destruição” a milhões de hindus através do seu “apaziguamento” de muçulmanos e cristãos. Mais de uma dúzia de estátuas do assassino de Gandhi foram erguidas em todo o país, vários templos hindus foram convertidos em templos de deuses. Será interessante aguardar o próximo evento.
O nacionalismo hindu é um dos pilares do governo de Narendra Modi. Este debate percorreu as origens e o desenvolvimento desta corrente ideológica por meio dos conflitos hindu-muçulmanos e através dos principais governos, desde a independência da Índia, para analisar seus desdobramentos na política contemporânea.
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